Um dos assuntos que tenho estudado muito são as diversas linguagens de amor que utilizamos para nos expressar. Esse termo, utilizado pelo autor Gary Chapman, significa que, assim como temos diversos idiomas no mundo, também temos “idiomas” em nossa forma de entender o amor. A linguagem do amor nada mais é do que a forma que cada um aprendeu a perceber o que é o amor.
Aqui, é bom esclarecer que esse amor pode ser entendido como amor romântico, fraternal, paternal ou aquele amor que temos por nossos amigos. A lógica dentro dos estudos de Chapman é que temos cinco linguagens, sendo que uma delas é a principal, ou seja, nossa primeira linguagem do amor.
São elas: Palavras de Afirmação, Toque Físico, Presentes, Tempo de Atenção e Atos de Serviço. Os nomes são quase autoexplicativos, mas eu fiz um vídeo que sintetiza todos eles para rápida compreensão. Segundo o autor de As 5 Linguagens do Amor, se eu entendo que ser amada é receber presentes, toda vez que recebo uma simples flor, fico feliz e me sinto realizada.
É importante saber qual a linguagem do amor das pessoas que consideramos porque de nada adianta elogiar (Palavras de Afirmação) uma pessoa que se sente amada quando recebe um abraço (Toque Físico). É como se estivéssemos falando inglês com uma pessoa que fala japonês. Assim, se eu quero mostrar meu amor a esta pessoa, devo abraçá-la, por mais que eu não goste muito do toque. O interessante aqui é olhar para o outro.
Se tivermos essa atenção, certamente seremos mais bem recebidos.
Mas, se esta lógica da linguagem do amor funciona com nossos entes queridos, como aplicá-la no ambiente de trabalho, onde as relações não são exatamente amorosas?
Linguagem do amor? Não… linguagem de valorização!
Gary Chapman também produziu um livro em cima deste tema: As Cinco Linguagens da Valorização Pessoal No Ambiente de Trabalho. Neste livro, ele faz uma contextualização do ambiente profissional e nos conta sobre o quanto ter um funcionário valorizado enriquece uma empresa.
Mas o livro não é apenas para lideranças. Ele esclarece, também, que quando entendemos essas linguagens de valorização, podemos utilizá-la com nossos colegas de trabalho e também com nossas chefias. Esta é uma forma assertiva de manter a harmonia com aqueles com os quais trabalhamos.
Assim, fica até mais fácil pedir aquele aumento de salário, não é mesmo? Aplicando os conceitos da linguagem do amor e valorização em nossas vidas, conseguimos extrair o melhor daqueles que formam uma equipe conosco. Estudos mostram (e Gary fala isso em seu livro) que as pessoas pedem mais demissão por não se sentirem valorizadas do que por acharem que recebem pouco.
Diferenças entre linguagem do amor e linguagem de valorização pessoal
Os conceitos, de forma geral, não mudam, porém, temos quatro principais linguagens e a quinta, o Toque Físico, tem ressalvas. E não é difícil entender o porquê. O ambiente profissional é mais melindroso porque fomos ensinados que o toque só é bem-vindo se vier daqueles com quem temos intimidade.
Sendo assim, Gary faz uma longa explanação sobre quando tocar e quais toques são mais apropriados. É interessante perceber que, mesmo estando no local de trabalho, o toque é permitido. Temos apenas que observar e ter um certo bom senso. Aplicando a teoria da linguagem do amor no ambiente de trabalho, podemos entender que, por mais que sejamos regidos pela linguagem do Toque Físico, não significa que tenhamos que apertar as mãos ou abraçar, mesmo que respeitosamente, todo mundo. Algumas pessoas simplesmente não gostam e não há nada de errado nisso. Somos todos diferentes.
Outro ponto curioso é que eu posso ter como linguagem do amor o Tempo de Qualidade, ou seja, em minhas relações afetivas eu gosto quando as pessoas param para me ouvir e me dão atenção. Mas, pode ser que em meu ambiente de trabalho, eu goste de ser elogiada ou que meu bom caráter seja exaltado, o que automaticamente me colocaria na linguagem de amor Palavras de Afirmação.
Como descobrir a linguagem do amor?
Eu tenho testes para cada uma das situações: vida pessoal e profissional. Eu compartilho esses testes nos workshops que ministro sobre este assunto. É importante descobrir nossa própria linguagem do amor para nos autoconhecermos e até direcionarmos aqueles que nos cercam.
Podemos também pedir que aqueles que são mais próximos (ou até mesmo nossos funcionários) respondam a este tipo de questionário, mas para isso é preciso ter alguma intimidade ou, no caso do trabalho, pode até ser uma diretriz da empresa.
Mas e quando não temos tal possibilidade? Daí eu sugiro a observação e até a tentativa e erro. Observe como determinada pessoa se sente quando é tocada por outra. Dê um bombom a alguém e perceba se seus olhos brilham de satisfação. Reserve um tempo só para ouvir alguém e note se isso fez diferença.
Claro que nesse percurso, a pessoa que ganhou o bombom pode dizer diretamente “não gosto de doces” (risos), mas aí você já sabe que Presentes não é a linguagem de amor dela. Talvez um abraço ou um elogio tivesse dado um resultado positivo. A ideia central aqui é observar atentamente quem nos cerca.